"À procura de Audrey" de Sophie Kinsella
"Não vai ser para sempre.
Vai ficar no escuro pelo tempo que precisar, então vai sair."
Audrey é uma adolescente - não lembro exatamente a idade, mas tem por volta de seus 14 anos, se não me engano - que após sofrer bullying na escola desenvolve alguns doenças psicossomáticas como: transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos. O que significa que Audrey não consegue sair de casa e falar com mais ninguém além das pessoas de sua família, seu pai, seu mãe, seu irmãozinho mais novo e seu irmão mais velho, Frank. Ela também não faz contato visual com absolutamente ninguém e por isso usa óculos escuros o tempo todo.
Sobre a família de Audrey eu defino da seguinte forma: a mãe é histérica, chatíssima e não dá ouvidos aos filhos. Ela se acha certa, ou melhor, acha que qualquer revista sabe mais sobre seus filhos do que ela mesma. Sério, ela me irritou bastante! Ela parou de trabalhar depois do aconteceu com Audrey, mas parece que sua missão é fazer o ambiente familiar um inferno. Ela cisma que o filho tá usando demais o computador - ok, ele realmente está, mas tem seus motivos, já que está se preparando para uma competição de um jogo chamado Land of Conquerors. Esta competição é oficial, vários times competem e os vencedores ganham um bom premio em dinheiro. Contudo, a mãe não quer saber de nada disso, ela leu em uma revista que filhos não podem ficar muito tempo jogando e pronto. Mesmo seu filho tendo boas notas na escola, sendo bom esportista, entre outras coisas, ele simplesmente não pode.
O pai é um bundão e um pouco ausente, está sempre preocupado com o trabalho. O irmãozinho mais novo de Audrey é muito pequeno ainda para entender as coisas com clareza, mas é divertido. Sobra a salvação da família que é o Frank. Apesar de ele ter atitudes típicas de adolescente e de irmão, vez ou outra implicando com Audrey, ele é um pouco mais sensato e é quem mais dá suporte a Audrey na história.
Acho que entendi que a vida é tipo uma escalada: você cai e se levanta de novo. Então não importa se der uma escorregada. Contanto que esteja mais ou menos caminhando para cima. Isso é tudo que se pode esperar. Seguir mais ou menos para cima."
A trama do livro é obviamente sobre Audrey e seus transtornos. Vamos acompanhar a menina em sua recuperação, mas em nenhum momento fica claro o que ela sofreu na escola para chegar a tal ponto. Como se trata de um livro jovem adulto (YA), tem um garoto super bonzinho, amigo de Frank, que vai surgir na história para ser par romântico de Audrey.
O livro não é ruim. É um livro engraçadinho, pude dar boas risadas em alguns momentos. Eu achei a personagem da mãe muito forçada, mas outros personagens compensam isso como Frank e seu amigo Linus, e mesmo Audrey que é uma menina bacana. Sua recuperação foi um tanto rápida e só começou a acontecer por causa de sua paixonite, o que também não me agradou. Entretanto, me agradou o fato de mostrar como o bullying pode ter consequências graves na vida de alguém. Acho que proposta do livro foi cumprida de ser uma leitura leve, rápida e divertida. Não é um livro sensacional e acho que está bem longe disso, mas foi uma boa leitura.
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Galera Record
Ano: 2015
Páginas: 336
Abraços,
Daniela Tiemi
Comments
Post a Comment